A convite da CUT e Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), a direção do SINDIÁGUA, através do diretor David Barros, esteve representada no sábado, dia 22 deste mês, no evento relativo ao Dia Mundial da Biodiversidade, no Auditório da FETAG, traçando um painel sobre a situação do saneamento no Rio Grande do Sul. David fez uma explanação do setor a partir da Lei 11.445, considerado um marco legal do saneamento no país, e quais as perspectivas que se abrem aqui no estado, considerando a importância de manter esse serviço na esfera pública. “Isso é fundamental tanto pelo seu valor social, significando saúde à população, quanto por ser um dever do Estado, na medida em que é um setor estratégico”, disse o diretor.
Lei 11.445 e a comunidade
Foi dito aos presentes da importância de procurar manterem-se informados sobre o que se passa nas suas cidades, relativamente ao abastecimento de água, tratamento de esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana. A Lei 11.445 define como uma das principais metas a participação popular, uma vez que as prefeituras e câmaras de vereadores têm a obrigação de formatar os conselhos municipais de saneamento, que incluem diferentes representações, desde universidades até moradores. Também levou-se ao conhecimento dos presentes a obrigatoriedade legal da criação de uma agência reguladora municipal, com o caráter de fazer valer as decisões tomadas pelos conselhos, tanto nos serviços contratados como nas condições tarifárias. Também fluiu a discussão sobre a criação dos fundos municipais de saneamento. Houve tempo para falar do ataque que Fernando Collor faz atualmente, no Senado, à Lei do saneamento, com intenção de abrir as concessões dos serviços de água e esgoto sem as necessárias licitações públicas.

Comitê Gaúcho Pela Água Pública
Na reunião, vários segmentos mostraram preocupação em relação às investidas da iniciativa privada, que visa apoderar-se dos mananciais hídricos e serviços de saneamento aqui no RS. Assim, como uma medida imediata, ficou estabelecida a criação de um comitê estadual, liderado pela CUT-RS (através de sua Secretaria de Meio Ambiente), com o SINDIÁGUA e demais entidades presentes e outras mais que irão se aglutinar à esta luta pelo saneamento público, indiferentemente de quem exerça este serviço no município. A CUT e as representações presentes se comprometeram a levar esta discussão em nível nacional para constar das lutas em todos os estados da Federação.
Representação popular no interior do estado
Estiveram presentes à reunião várias entidades representativas aqui no estado, dos mais diferentes grupos sociais: FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), CUT-RS, SINDIÁGUA, SEMAPI. CTB-RS, Via Campesina, MST, CONAN, MDT, Pastoral da Terra, Movimento Mundial de Mulheres (MMM), UNE-UBES, UJS, Movimento Negro, Movimentos das Religiões de Raízes Afro-Descendentes e muitos outros. “Como representante do SINDIÁGUA, encontrei entre os presentes o entendimento de que este é um tema a ser muito mais aprofundado com a população”, disse David Barros. “Muitas vezes os moradores ficam fora das discussões com as câmaras de vereadores e prefeituras”. Ficou clara a necessidade de ampliar esta discussão, inclusive com o apoio e a solicitação de muitas entidades, que desejam promover em suas cidades o debate público sobre o tema saneamento.
O Morro é NOSSO!
O SEMAPI trouxe ao conhecimento dos presentes a intenção do governo Yeda em vender o pouco que ainda sobra de verde na Capital. Com o discurso da reestruturação da FASE (ex-Febem), a venda do terreno do Morro Santa Tereza com 80 hectares, para megaconstrutoras, numa licitação claramente direcionada, pode tornar-se o derradeiro escândalo deste governo, que se Deus ajudar, já está terminando.