A “Carta pelo Saneamento Ambiental Público e Justas Condições de Trabalho”, resultante dos debates da IIª Conferência de Trabalho do Conselho Estadual de Representações Sindicais, realizado entre os dias 04 e 06 deste mês, foi entregue à Presidência da Assembléia Legislativa (AL), Casa Civil do Governo do Estado e Comissão dos Serviços Públicos da AL. O documento contém denúncias sobre o verdadeiro sucateamento das unidades da Corsan; a falta de investimentos do Estado em saneamento público; carência de transparência na fiscalização dos recursos do PAC destinados ao Rio Grande do Sul e o avanço das empresas privadas sobre os municípios gaúchos, além inoperância da Corsan em relação aos diretores nomeados por ela, que cometeram irregularidades na Funcorsan.
“Mas não acreditamos apenas em fazer denúncia dessas e outras irregularidades”, disse o diretor de Formação do SINDIÁGUA, David Barros. “Nossa Carta também inclui propostas para a superação dos problemas apontados, como o chamamento imediato e a regular contratação do pessoal concursado, para preencher as mais de mil vagas existentes”.
Comissão de Serviços Públicos da AL Na tarde quinta-feira, dia 05/03, os diretores do Sindicato Rogério Ferraz, Sidnei Lima da Silva e Geovane Teixeira, acompanhados pelos delegados sindicais Renato Dacol, de Arroio do Sal; Odete, de Gravataí; Daltro Morelle, de Caçapava; Xisto Fruetti, de Ijuí; Sergio Airton Reis, de S. Marcos; Jairo Dotto, de Santa Maria, e Nilson Passaglia, de Sananduva, entregaram cópia da Carta ao deputado Fabiano Pereira, presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa.
“Juntamente com a Carta, passamos também às mãos do deputado um conjunto de documentos com indícios de irregularidades dentro da empresa, na Região Sul, em especial com as terceirizações e até quarteirizações, que afetam até as atividades fins, que por lei só poderiam ser desempenhadas pelos funcionários da própria Corsan”, destacou Rogério. O presidente da Comissão de Serviços Públicos da AL, ao receber a Carta e a pasta com os indícios das irregularidades, mostrou-se favorável à realização de uma Audiência Pública da Comissão com a diretoria da Corsan.
Presidência da Assembléia Legislativa Às 14h de sexta-feira, 06/03, a Carta pelo Saneamento Ambiental Público e Justas Condições de Trabalho foi entregue, no Gabinete da Presidência da AL, ao chefe de gabinete Elton Scarpin. Ele recebeu o documento do SINDIÁGUA e prometeu encaminhar a Carta às mãos do presidente da Assembléia, deputado Ivar Pavan, que estava em viagem.
A Carta foi entregue pelos diretores do Sindicato Eloísa Quines, Vilmar Orso e Eduardo Passos e por sete delegados do interior do estado. Os diretores e delegados presentes destacaram o processo de sucateamento da companhia, que vem tendo como um dos resultados mais preocupantes o fortalecimento das iniciativas de municipalização do saneamento em vários municípios, que em muitos casos é somente a privatização disfarçada destes serviços. O chefe de gabinete disse que o documento será encaminhado ao presidente da Casa e vai tentar buscar a solução das questões apontadas, mesmo considerando os limites de atuação que o Parlamento tem.
Casa Civil do Governo do Estado Na mesma tarde de sexta-feira, outra comissão do SINDIÁGUA foi recebida pelo chefe de gabinete Hipólito, da Casa Civil do Governo do Estado, por Rodrigo Martins, da PGE, e o advogado Marcillc, da assessoria jurídica. Eles receberam a Carta pelo Saneamento Ambiental dos diretores do Sindicato Leandro Almeida, David Barros, Arilson Wünsch e dos delegados Cleverson, de Soledade; Valdomiro, de S. Lourenço; Beth Gruber, de Alvorada; Brittes, de Tramandaí; Marcelo, de Sobradinho e Alceu, de Encantado.
Leandro destacou que a categoria não está pleiteando simplesmente aumento salarial, e sim que o governo seja realista e ofereça condições adequadas de trabalho aos funcionários da Corsan. David lembrou que “os trabalhadores não são apenas mão de obra, mas também tem idéias”. E informou que denúncias semelhantes já foram entregues anteriormente ao secretário de Saneamento, Marcos Alba, mas nada foi feito. “Talvez através da Casa Civil, alguma medida seja tomada com mais agilidade”, concluiu o diretor sindical. |