Contrato de gestão
Em Alegrete, a Prefeitura fez o convite ao Sindicato visando obter mais subsídios e informações sobre a questão, após a empresa Odebrecht ter ido ao município oferecer investimentos da ordem de R$ 100 milhões para serviços de saneamento. A colocação da empreiteira multinacional ocorreu depois da Corsan ter encaminhado sua proposta padrão, prevendo recursos bem menores.
“A Prefeitura pretendia ouvir outras aspectos do problema, e nós lembramos que a lei 11.445 – nosso marco regulatório –, combinada com a 11.107, que trata dos consórcios, formam a base legal para firmar uma gestão compartilhada do saneamento”, informou Rui Porto. “Recomendamos como primeiro passo que a Prefeitura nomeie uma comissão para dar início ao processo de criação do seu Plano Municipal de Saneamento, que irá apontar as reais necessidades do município. E a partir daí passe a analisar a proposta da Corsan para saber quais demandas deverão ser supridas”.
Tanto na conversa com as autoridades municipais como em entrevista à Rádio Gazeta, de Alegrete, Rui e Leandro apontaram o interesse das grandes empresas nas reservas do Aqüífero Guarani. E fizeram a defesa da Corsan pública, alertando para as consequências negativas de uma privatização para a maioria da população.
DAE de Livramento
Ainda no dia 27, os representantes do SINDIÁGUA estiveram em Santana do Livramento para uma reunião naquela cidade, à convite dos servidores do Departamento de Água e Esgotos local. “Percebemos que há uma vontade muito grande de filiação daqueles trabalhadores ao nosso Sindicato, por serem do mesmo ramo de atividade”, disse Rui. Com o refeitório da entidade lotado, os diretores do SINDIÁGUA narraram aos trabalhadores a história de lutas do Sindicato, e depois responderam perguntas dos presentes. Os diretores do SINDIÁGUA sugeriram a formação de uma comissão que debata com os demais trabalhadores, para que qualquer decisão seja tomada após um processo de amadurecimento. “Deixamos muito claro que não somos salvadores da pátria, e que qualquer ação nossa só terá sucesso se contar com a mobilização ampla destes colegas que atuam no DAE de Livramento”, disse Rui Porto.
Um dos principais problemas enfrentados pelos trabalhadores locais são os baixos salários – em muitos casos, abaixo do mínimo nacional. O diretor Leandro ressaltou que, com a criação da Federação Sul dos Urbanitários, deverá ser discutida a criação de um piso mínimo para os trabalhadores do saneamento.