Na quarta-feira, 30/09, durante a Audiência Pública “A prestação do serviço de saneamento básico por parte da Corsan, aos municípios do RS”, realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa/RS, o presidente do SINDIÁGUA, Rui Porto, defendeu a necessidade de uma mudança de paradigma em relação ao saneamento público. “Este tema, pela sua importância e abrangência, já não pode mais ser tratado como um plano de governo, mas como uma política permanente, de estado, que não fique sujeita ao humor deste ou daquele governo”, disse ele.
Na ocasião, o presidente da Corsan, Mário Freitas, fez um rápido balanço da sua gestão à frente da companhia, e dos riscos de privatização em algumas cidades. Na platéia, prefeitos de diversos municípios atendidos pela Corsan, além da direção do Sindicato, dos delegados e da Comissão de Mulheres do SINDIÁGUA.
Empresa pública
Após a fala de Mário Freitas, Rui saudou o presidente da Corsan pela convergência na defesa da manutenção da empresa pública, mas frisou as diferenças na administração da gestão. Lembrou também que em nenhuma das intervenções dos participantes da mesa a população dos municípios foi lembrada, e que são os moradores os que mais sofrem com a falta de qualidade nos serviços prestados por empreiteiras e terceirizadas dentro da Corsan. “As prefeituras e as populações não entendem essa dissonância entre altos lucros, amplamente divulgados, e os maus serviços, que hoje são uma realidade no seu dia a dia”, afirmou.
Superávit em discussão
O deputado Cassiá Carpes, apoiador da governadora Yeda Crusius, demonstrou divergência de opinião na base aliada. Ele entende que a “Corsan não deve ter superávit, pois o excedente deve retornar à população em investimentos”, e recordou que o prefeito de Uruguaiana, um dos municípios com maior risco de privatização, pertence ao partido do governo. Já o deputado Miki Breier demonstrou preocupação com os trabalhadores nas cidades onde a Corsan eventualmente possa parar de operar.
Frente Parlamentar
Após os participantes da mesa falarem, a tribuna foi aberta à platéia e o que se viu foi um considerável número de dirigentes municipais insatisfeitos com os contratos firmados pela Corsan que não foram cumpridos, alguns até com mais de dez anos de espera. O deputado Fabiano Pereira ressaltou a importância do Plano Nacional de Saneamento, e propôs a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Corsan.