terça-feira, 5 de outubro de 2010

A voz das urnas calou o "novo jeito de governar"

O que o povo gaúcho disse neste 3 de outubro? Primeiro de tudo, que a RBS não é “esta coca cola toda”. Não adiantou esconder escândalos, abafar CPIs e tentar manter sempre Yeda e Fogaça longe das irregularidades de governo. O povo tomou para si a tarefa de fazer valer a “Ficha limpa” já nesta eleição. Afinal, os 43 milhões do Detran têm que ter responsáveis. A compra mal explicada de uma mansão também não poderia ficar sem uma resposta. O povo entendeu que o tal Deficit Zero não passou de uma farsa. O “novo jeito de governar” sucumbiu. E agora, com muitas pessoas longe da imunidade dos cargos, talvez as investigações aconteçam e o povo gaúcho presencie o julgamento e a condenação dos culpados.

E na Corsan?
Parece que a Corsan de fachada não se sustentou. Os trabalhadores perceberam que as coisas estavam muito erradas. O alto nível de terceirização, as demissões injustificadas, o desrespeito ao trabalhador, os contratos absurdos, as locações de veículos, os pagamentos de “recuperação de próprios” que não aconteceram. Enfim, parece que tudo isto teve seu preço.
E agora, os vários pedidos de Sindicâncias engavetados pela chefia da Corsan, como ficarão? Se o próximo governo fizer estas investigações, alguém se atreverá a dizer que é perseguição política? Afinal, são vários milhões de reais que precisam ser explicados.
Como vai ficar o caso das bombas superfaturadas? O caso da Surne, na gestão do Roque Reichert? O caso de Butiá, onde chefias pagaram a fatura sem o serviço ter sido feito, vai ter alguém responsabilizado? O caso de Santa Cruz, de Alvorada, o funcionário fantasma do Litoral, o caso de Guaíba onde foi documentado que alguém transformou a Corsan em comitê eleitoral do Marco Alba, vai ter algum resultado? A pouca vergonha que se transformou a gestão em Rio Grande, como vai ficar? O caso da saída do chefe de Santa Maria, vai ficar por isto mesmo?

Consultórios médicos
Certamente, depois do pleito de ontem, muitos consultórios psiquiátricos já começaram a ser procurados, muitos neurologistas, enfim, qualquer um que possa dizer que o fulano de tal não estará apto ao trabalho a partir de primeiro de janeiro. As movimentações também andam fortes daqueles que até a fraldinha que usavam quando bebês já era bordada com estrelinhas.

O que se espera do novo governo?
A expectativa é que daqui para frente tenhamos diálogo com o governo do estado. Mas, acima de tudo, esperamos respeito. Até porque, somos nós funcionários quem fazemos esta empresa. Queremos a Corsan cada vez mais forte e que se mantenha pública. Que o cidadão usuário tenha vez e voz, que as famílias pobres do estado tenham o direito de pagar tarifa social. Esperamos também, do novo governador, empenho para renovar os contratos que ainda faltam. E, muito importante, que honre os já assinados. Pois o contrato novo, se não cumprido, pode ser rompido a qualquer momento.

Revisão dos contratos
O que o novo governo não pode deixar de fazer é uma devassa em TODOS os contratos de prestação de serviços e obras. Até porque a ordem para os chefes de Unidades é que “fechem as contas” até o final de governo. O que nos preocupa, vindo deste governo, é o que seria este “fechar as contas”. 

Cabe um lembrete
Muito cuidado, senhores gestores, com o que assinam neste período.

Parceria Público Privado
Todos sabem que Yeda planejava fazer este tipo de parceria na Região Metropolitana, na área de esgoto. Já se sabe até o valor que seria investido. Por que colocamos estas frases no tempo passado? Justamente por pensar que agora, em final de governo, ela não terá coragem nem a petulância de levar isto adiante. Mas, devemos ficar atentos. Há muitas contas de campanha à serem fechadas e... bem, o seguro morreu de velho.