Os servidores públicos organizados no Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE-RS) promoveram na manhã desta sexta-feira, 14/08, uma grande manifestação de protesto contra o governo Yeda Crusius. Reunidos em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, com o reforço de uma multidão de sindicalistas, professores, agricultores sem terra, estudantes e populares, além de militantes de partidos de esquerda e movimentos populares, os manifestantes pediram o afastamento imediato da governadora. Na semana passada, Yeda foi indiciada - junto com mais oito assessores e políticos de sua base de apoio - em ação de improbidade administrativa, pelo Ministério Público Federal.
Bonecos dos acusados
Os servidores públicos organizados no Fórum (formado por dez entidades de classe, incluindo o SINDIÁGUA) concentraram-se em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, por volta das 9h da manhã. Dali o grupo seguiu em caminhada ao Palácio da Polícia, na esquina das avenidas Ipiranga e João Pessoa. Nove bonecos de madeira, em tamanho natural, algemados e representando Yeda e os demais indiciados na ação do MPF, foram colocados pelos manifestantes na porta do Palácio da Polícia.
Dali, a caminhada seguiu em direção a outro Palácio, o Piratini, sede do governo estadual. Ao longo do caminho a passeata dos servidores estaduais ganhou o incremento de estudantes da Ufrgs e populares, além dos trabalhadores engajados na Jornada Nacional de Lutas e nas centrais sindicais.
Politização
Durante a marcha, muitas pessoas que aguardavam ônibus nas paradas aplaudiam a manifestação pelo “Fora Yeda – Impeachment Já”. Um grupo de funcionárias uniformizadas de uma cadeia de farmácias chegou a conversar com dirigentes do Fórum dos Servidores Públicos, manifestando seu apoio à manifestação e dizendo que as marchas e manifestações que vêm sendo feitas estão servindo para aumentar a politização da população.
Os indiciados
O MPF denunciou o deputado federal José Otávio Germano, a governadora Yeda Crusius e os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia e Frederico Antunes. Também foram indiciados João Luiz Vargas, presidente do Tribunal de Contas do Estado; Delson Martini, ex-presidente da CEEE e ex-secretário de Governo; Rubens Bordini, ex-tesoureiro da campanha da governadora; Carlos Crusius, ex-marido de Yeda; e Walna Vilarins Meneses, assessora da governadora. Todos estão implicados, conforme o Ministério Público, em irregularidades que causaram um rombo de R$ 44 milhões nos cofres públicos, no chamado Escândalo do Detran.
Aprovada a CPI da Corrupção
Nesta sexta-feira, o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Ivar Pavan (PT), deferiu o requerimento assinado por 39 parlamentares – inclusive da base de apoio da governadora Yeda - pedindo a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar atos de corrupção no governo do Estado, a chamada CPI da Corrupção. A partir de terça-feira, 18/08, as bancadas terão cinco dias para a indicarem os deputados que vão integrar a CPI. O começo dos trabalhos está previsto para o dia 26 de agosto e a CPI deverá estender-se durante quatro meses.