sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Abandono - Precarização e falta de condições de trabalho em Butiá, Minas do Leão e Arroio dos Ratos

Na tarde da quarta-feira, 09/12, a diretora da regional Carbonífera/Porto Alegre do SINDIÁGUA, Eloísa Quines, esteve visitando as unidades da Corsan em Butiá, Minas do Leão (vinculada) e Arroio dos Ratos, e constatou o verdadeiro quadro de abandono em que trabalham os colegas da região. “Os colegas nos mostraram a total precarização das condições de trabalho”, relata a diretora sindical. “Por mais que se esforcem, não conseguem dar conta, pois além de faltar material de manutenção para o dia a dia, os próprios da Corsan estão abandonados”.

O reservatório da ETA de Butiá está tapado precariamente com madeira de divisórias, afundando sobre a água tratada. Os trabalhadores revelaram que quando as escolas pedem para fazer visitas de alunos, eles ficam constrangidos de mostrar as condições do local onde a água da cidade é tratada.



Barragem precária

Em Minas do Leão, na barragem em que é feita a captação da água, um pedaço da barreira cedeu e a Corsan se omitiu, tendo os próprios colegas do local, além de suas obrigações diárias, de fazer um conserto precário, com sacos de areia e brita. E mais: com a destruição das matas ciliares, há um problema grave de assoreamento no local de captação. “Há duas bombas lá, mas uma sempre estragada”, contou um colega à diretora do SINDIÁGUA. “Quando a outra bomba estraga, o tratamento de água fica suspenso até que os montadores consigam catar peças para o conserto”.


Risco de vida
E tem ainda o risco de vida, pois quando o equipamento estraga, o técnico da ETA precisa ir nadando ao local para retirar a bomba. Por causa da falta de manutenção, a companhia gasta com serviço terceirizado para retirar a areia do manancial. Também o sistema elétrico – embora feito recentemente, por terceirizada – está com a fiação exposta, trazendo perigo aos trabalhadores.


Em Arroio dos Ratos, a conservação dos próprios da Corsan está um pouco melhor, pois além de realizarem suas atividades profissionais, são os próprios colegas que fazem pintura, cortam grama, etc. Mesmo assim, sofrem com a falta de equipamento para realizar suas funções, tendo que “enjambrar” maneiras de solucionar problemas.

Preocupação com os contratos
Em Butiá e Arroio dos Ratos, a diretora ouviu muitas frases de preocupação dos colegas com a renovação dos contratos de gestão. “Mas também escutei frases de solidariedade com o pessoal de outras regiões e sobre a questão de Uruguaiana, que ficou uma referência do risco que a companhia está sofrendo, se os investimentos necessários a um bom trabalho da Corsan não forem realizados”, concluiu a diretora Eloísa Quines.